A Câmara Municipal de Ji-Paraná decidiu, na tarde desta terça-feira (09), arquivar o processo que pedia a cassação do mandato do vereador William Cândido (Republicanos). A sessão foi marcada por um clima de tensão e intensa mobilização popular, com manifestantes cobrando uma resposta rigorosa da casa legislativa diante das graves denúncias de crime sexual que pesam contra o parlamentar. No entanto, o plenário optou por garantir a permanência dele no cargo.
A votação, realizada de forma aberta, expôs o posicionamento individual de cada legislador. Para que o mandato fosse cassado, era necessária uma maioria qualificada, cenário que não se concretizou devido ao apoio recebido por Cândido de seus pares, mesmo diante dos relatos policiais.
O Voto dos Parlamentares
Apesar da gravidade dos fatos narrados no boletim de ocorrência e da presença da população no plenário, onze vereadores votaram pela manutenção do mandato de William Cândido. O grupo que garantiu a absolvição foi composto por: Procopio, Escopony, Geraldo, Josiel, Licomédio, Lorenil, Maycon Roberto, Wallisson Amaro, Bença, Wesley Brito e Marcelo Lemos.
Em contrapartida, apenas quatro vereadores votaram a favor da cassação: André, Edinho, Márcio e Anderson de Mattos . A vereadora Dra. Rosana não estava presente na sessão.


Entenda o Caso: Acusação de Importunação e Embriaguez
O pedido de cassação, protocolado pelos vereadores André Moreira e Edinho Fidelis, baseou-se em um episódio ocorrido em um sábado, dia 11. Segundo o Boletim de Ocorrência, William Cândido foi acusado de se masturbar em via pública, na frente de uma vizinha.
A mulher relatou à polícia que estava em frente à sua residência quando o vereador a chamou com gestos. Ao observar atentamente, percebeu que ele estava com as calças parcialmente abaixadas, praticando o ato obsceno e mordendo os lábios. Ainda segundo a vítima, o vereador apresentava um “comportamento visivelmente descontrolado”. Após o episódio na rua, ele teria conseguido o número de telefone da vizinha e enviado mensagens de “teor inconveniente”, que não foram respondidas.
A Polícia Militar confirmou no registro o “estado de embriaguez” do parlamentar, descrevendo “forte odor etílico, fala desconexa e desequilíbrio evidente” no momento da abordagem. Ele foi conduzido à delegacia naquela ocasião.
A Versão da Defesa
Após prestar depoimento na madrugada do ocorrido, Cândido foi liberado. Seu advogado, Célio Tavares, sustenta que não existe “qualquer elemento de prova” contra o vereador, argumentando que a denúncia se baseia “apenas na palavra” da suposta vítima.
Em nota oficial anterior, o próprio vereador negou ter praticado atos obscenos, afirmou ter colaborado com a entrada da Polícia em sua casa e classificou o processo de cassação como “precipitado”, atribuindo as acusações a um grupo político interessado em prejudicá-lo.
Com o resultado da votação desta terça-feira, o caso é encerrado no âmbito legislativo.


